11. A interrupção do reinado
Após a morte de Davi, o rei que o sucedeu foi Salomão, seu filho. Foi este rei que construiu o primeiro Templo de Deus em Jerusalém. O reinado de Salomão foi o mais esplendoroso de todos os reis de Israel que viveram antes e depois dele. Seu reino foi marcado por grande prosperidade econômica e por ter alcançado o maior território em Canaã (muitos entendem que ele terminou de conquistar toda a Terra Prometida). Além disso, sua sabedoria e majestade ficaram famosas fora de Israel, fazendo com que alguns outros reis e rainhas viessem a Jerusalém para negociar ou simplesmente verificar se o que se ouvia sobre o reino israelita era verdadeiro. Tamanha a sabedoria que Deus concedeu a Salomão, que ele escreveu diversos provérbios, poemas e reflexões sobre a vida, reunidos nos livros de Salmos, Cântico dos Cânticos, Provérbios e Eclesiastes.
Porém, assim como Davi, Salomão teve seu período de desvio do caminho de Deus. Este rei teve diversas mulheres (entre esposas e concubinas, foram 1000 ao todo!), corrompendo-se a ponto de adorar os deuses de suas esposas estrangeiras. Após sua morte, houve disputas pela sucessão do trono de Israel entre os filhos de Salomão, ocasionando a divisão do reino em duas partes: surgiu então o ‘Reino de Israel’ (que ficava ao norte de Canaã, com capital em Samaria, sendo composto por 10 tribos) e o ‘Reino de Judá’ (ao sul, com a capital em Jerusalém e composto pelas tribos de Judá e Benjamim). A partir deste momento, diversos reis se sucederam nos dois tronos e nunca mais as doze tribos de Israel estiveram reunidas como um único reino.
Além do reino ter sido dividido, o povo de Israel continuou sua história de constantes rebeliões em relação a Deus: e seus reis não agiram diferente. A cada geração, os israelitas permaneceram na injustiça e na ausência de amor para com Deus e os homens: opressão dos pobres, roubos, injustiças, traições e idolatria continuaram existindo na nação eleita. Conforme os livros de 1 e 2 Reis e 1 e 2 Crônicas, o Reino de Israel (as 10 tribos) foi mais rápido em se afastar de Deus do que o Reino de Judá. Como consequência de seu comportamento, o Senhor trouxe diversas dificuldades para os dois reinos israelitas, com o intuito de trazer o povo de volta para a luz.
Após algumas gerações de constante maldade no Reino de Israel, Deus expulsou as 10 tribos da terra de Canaã, através da conquista assíria deste reino, levando-os cativos para diversas regiões ao redor e colocando outros povos na região de Samaria. Isto aconteceu por volta de 720 a.C. Até hoje estas 10 tribos não retornaram à Canaã. Alguns séculos depois, foi a vez do Reino de Judá, que embora tenha tido mais reis fiéis a Deus do que o Reino de Israel, por fim também acabou se desviando dos caminhos do Todo Poderoso. Cerca de dois séculos após o fim do Reino de Israel, foi a vez de Judá ser conquistado. Por volta de 590 a.C. este reino foi submetido pelo Império Babilônico, governado por Nabucodonosor. Este rei ordenou a destruição da cidade de Jerusalém e do Templo construído por Salomão, assim como levou cativo para Babilônia diversos israelitas e utensílios do Templo.
Este momento foi extremamente crítico para a nação de Israel. Olhando para seu começo, especialmente para a Promessa da Aliança Abraâmica, assim como sua reafirmação na Aliança Davídica, nada pareceu mais distante do que as promessas divinas relacionadas a Israel: ser uma nação abençoada, viver em paz em sua terra, ser um canal de bênção para os gentios, adorar a Deus em seu único Templo sobre o planeta e aguardar o descendente de Davi que iria ser o instrumento final de Deus para o cumprimento de todas estas promessas, governando Israel e os gentios a partir da cidade de Jerusalém. Como Deus havia dito em Sua Lei, o recebimento das bênçãos por parte de Israel dependeria da fé da nação no Criador: uma fé viva, que produzia mudança de comportamento e obediência nos israelitas, do mesmo modo que aconteceu com Abraão, Isaque e Jacó. Embora sempre alguns israelitas tenham sido obedientes ao Criador, a nação em geral até aquele momento não tinha sido. E as conquistas assíria e babilônica foram a consequência da desobediência do povo.
Deste modo, após o domínio babilônico, nunca mais houve rei da linhagem de Davi governando o povo de Israel - até os dias atuais, inclusive. Desde a queda de Jerusalém, diferentes nações governariam a terra da promessa e mesmo, em alguns períodos, reinariam sobre os próprios judeus. Naquele momento foram os babilônicos e após este império cair, os impérios seguintes que dominaram Israel foram: o Medo-Persa, o Macedônico, o Selêucida e o Romano. Apenas por um breve período, entre 164 e 37 a.C., os judeus experimentaram certa liberdade política com um governo autônomo conquistado pela revolta dos Macabeus (que significa martelos), que livrou os judeus da opressão selêucida. Porém, após tal período, o Império Romano subjugou a nação, até que em 70 d.C. novamente Jerusalém e o Templo foram destruídos. Após este período, os judeus foram saindo da Judeia e se espalhando por todo o mundo. Com tal dispersão, os judeus passaram cerca de 1900 anos sem possuir território algum. Somente após o fim da 2ª Guerra Mundial, na qual 6 milhões de judeus foram dizimados pelos nazistas, é que os gentios (através da ONU) entregaram novamente uma parte da terra prometida aos judeus. Isto ocorreu em 1948, quando nasceu então o moderno estado de Israel. Desde então diversos conflitos têm ocorrido ali, entre judeus e árabes (especialmente palestinos) sobre questões envolvendo a existência de um estado judeu e um estado palestino naquela região.
Desde então, o Messias prometido ainda é esperado por muitos judeus e praticantes da religião do Judaísmo. Segundo as Escrituras, está sobre os ombros do Ungido a a promessa de restauração tanto do Reino de Israel quanto da bênção prometida a todos os povos, em seu reino de paz, justiça e alegria sem fim. O Cristianismo alega que Jesus é o Cristo (Ungido, Messias) prometido a Israel... mas, se Jesus é o Messias, como os cristãos afirmam, por que as bênçãos prometidas a Abraão e Davi, explicadas e detalhadas pelos profetas, não foram realizadas por Deus através do filho de José e Maria? Leia os próximos posts para conhecer a resposta a esta pergunta tão importante!
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