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As reuniões de igreja na cCc



A Comunidade Cristã da Cidade - cCc é formada por um grupo de pessoas que deseja amar a Deus e às pessoas, servindo a Deus e às pessoas. Nossa proposta é nos constituirmos como uma rede de pequenas igrejas (no máximo com poucas dezenas de membros em cada), as quais se reúnem em qualquer lugar, seja na casa (o ambiente doméstico, da intimidade familiar), em parques, escritórios ou outro espaço que forneça o ambiente adequado para o objetivo da reunião: adorar a Deus, edificar uns aos outros e orar pelo próximo (acesse a página "Quem Somos" no menu acima para conhecer mais sobre a cCc).


As reuniões de igreja são uma parte importante de nossa vida comunitária, embora não sejam nossas únicas atividades. Além dessas reuniões, temos estudos bíblicos semanais (com ênfase no ensino das Escrituras), encontros para oração e adoração, cursos, oficinas, ação social, confraternizações, celebrações, passeios, entre outros. O objetivo desse artigo, porém, é falar apenas sobre aquelas reuniões.


Em nossas reuniões de igreja, não há uma liturgia pré-definida. Temos horários para começar e terminar (afinal, precisamos administrar bem nosso tempo e conciliar todas as nossas atividades - pessoais, familiares, profissionais, serviço voluntário etc.) e temos o propósito acima mencionado: adoração, edificação mútua e oração intercessória. Apesar de serem as igrejas supervisionadas pelo presbitério (que é responsável por corrigir qualquer desvio da sã doutrina), não há um coordenador ou dirigente para cada reunião. Queremos que o Espírito de Deus nos guie e atue através de cada um de nós!


"A cada um, porém,

é dada a manifestação do Espírito,

visando ao bem comum."

[1 Coríntios 12.7]

"Portanto, que diremos, irmãos?

Quando vocês se reúnem,

cada um de vocês tem um salmo,

ou uma palavra de instrução, uma revelação,

uma palavra em língua ou uma interpretação.

Tudo seja feito para a edificação da igreja."

[1 Coríntios 14:26]


Nesse contexto, é preciso ter alguns cuidados, para que tudo seja feito com "decência e ordem" (1 Coríntios 14.40). Isso porque, não havendo uma pessoa responsável por conduzir a reunião, é preciso que a igreja se veja como instrumento de Deus, tanto individualmente como coletivamente. Isso exige preparação antes da reunião bem como consciência e intencionalidade durante a reunião, em busca da plenitude e da manifestação do Espírito de Deus em nós.


Alguns princípios são importantes para o bom andamento das reuniões:


1. ANTES: Preparação


Vigiar e orar (Mateus 26.41), ler as Escrituras (Salmo 1.2), entoar cânticos de louvor e gratidão a Deus (Efésios 5.18-19), alegrar-se no Senhor e preencher a mente com aquilo que é bom (Filipenses 4.4-9) são algumas maneiras por meio das quais nos preparamos para as reuniões de igreja. Além disso, precisamos buscar viver de modo santo em nosso cotidiano, agradando ao Senhor com nossas palavras e ações, sem separarmos nossa vida "espiritual" da vida "secular". Como dizem as Escrituras:


"Assim, quer vocês comam,

bebam ou façam qualquer outra coisa,

façam tudo para a glória de Deus"

[1 Coríntios 10:31]


Nesse período de preparação, é importante que cada um busque ao Senhor em oração, para que Ele manifeste em nós sua graça e poder. Além disso, é bom refletir no seguinte:


a) Uma vez que sou membro do Corpo de Cristo, como posso contribuir para o seu crescimento, fortalecimento e amadurecimento durante a reunião de igreja?


b) Há algo que tenho visto, experimentado e aprendido que posso compartilhar com meus irmãos e irmãs durante a reunião da igreja, para sua edificação?


c) Posso compartilhar algum motivo de oração (pessoal e de outras pessoas) com a igreja, para que ela clame a Deus?


Embora a participação de todos os membros em todas as reuniões não seja uma exigência ou dever, é bom que todos estejam sempre dispostos e disponíveis à ação do Espírito de Deus, e que todos tenham a intenção de contribuir para a edificação da igreja.


2. AO COMEÇAR: Pontualidade


Em respeito à importância da reunião, em consideração pelos demais participantes e por temor ao Senhor, precisamos ser fiéis e zelosos com a maneira como nos reunimos, sendo a pontualidade uma das formas de expressarmos essa intenção. Além disso, sendo possível chegar alguns minutos antes do programado, abre-se a possibilidade também para encontramos os irmãos e aprofundarmos nossas amizades, unidade e comunhão.


3. O PERÍODO INICIAL: Busca pela FACE do Senhor!


Nas Escrituras, há uma expressão interessante e preciosa: "buscar a face do Senhor". Dois textos são aqui ilustrativos:


"Se eu fechar o céu para que não chova ou mandar que os gafanhotos devorem o país ou sobre o meu povo enviar uma praga, se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar e orar, buscar a minha face e se afastar dos seus maus caminhos, dos céus o ouvirei, perdoarei o seu pecado e curarei a sua terra." [2 Crônicas 7:13,14]

"Ouve a minha voz quando clamo, ó Senhor; tem misericórdia de mim e responde-me. A teu respeito diz o meu coração: 'Busque a minha face!' A tua face, Senhor, buscarei. Não escondas de mim a tua face, não rejeites com ira o teu servo; tu tens sido o meu ajudador. Não me desampares nem me abandones, ó Deus, meu salvador!" [Salmos 27:7-9]


"Buscar a face do Senhor" é procurar sua presença, é achegar-se a Ele com fé e esperança, em atitude de adoração e de contemplação do Criador, com convicção e expectativa de que Ele nos ouvirá, e com a vida entregue a Ele, em submissão ao Senhor dos senhores e Rei dos reis. Essa postura pessoal e coletiva pode ser expressa em forma de acróstico:


Fé e esperança

Adoração e contemplação

Convicção e expectativa

Entrega e submissão


Em nossas reuniões de igreja, quando chega o horário previsto para o começo, é bom iniciá-la com um tempo de busca pela FACE do Senhor!


Isso é algo que tem sido observado, em certa medida e de diferentes formas, pelas variadas denominações cristãs, por meio da dedicação à oração no início das reuniões. Em algumas tradições, todos se ajoelham e clamam a Deus em alta voz; noutras, há um prelúdio musical de fundo e um tempo de oração silenciosa; havendo também aquelas em que uma pessoa conduz toda a igreja em oração, que ao fim concorda expressando o "amém". Esses períodos são fundamentais e consideram a recomendação bíblica: que devemos nos dedicar à oração!


"Então vocês clamarão a mim,

virão orar a mim, e eu os ouvirei.

Vocês me procurarão e me acharão

quando me procurarem de todo o coração." [Jeremias 29.12-13]

"Orem continuamente."

[1 Tessalonicenses 5.17]

Na cCc, esse tempo pode ser realizado por meio de diferentes ações:


- Silêncio intencional e significativo. Temos a tendência natural de tomarmos a iniciativa e realizarmos algo para o início da reunião, ou o fazemos por força da tradição ou por estarmos acostumados com uma liturgia pré-determinada. É preciso que nos entreguemos com confiança ao Senhor, que age em nós por meio do Seu Espírito. Jesus é o Cabeça da Igreja, o seu Pastor e Guia. Deus é quem nos conduz! Ao nos aquietarmos diante dEle, numa postura de busca por Sua FACE (Fé, Adoração, Convicção e Entrega), cremos que Ele nos conduzirá. Não se trata simplesmente de um período de quietude, mas de um momento intencional (de espera) e significativo (de esperança). Após nos prepararmos individualmente antes da reunião, agora nos rendemos como igreja ao Senhor.


- Oração sincera e pessoal. Não é raro precisarmos de um tempo a sós com Deus mesmo estando reunidos como igreja. Muitas vezes, chegamos à reunião após um longo dia de trabalho, turbulências em casa ou problemas logo na hora de sair... Apesar de ter havido um tempo de preparação antes da reunião (como indicado acima), não faz mal um período para que cada um se examine para estar diante de Deus "com mãos limpas e coração puro":


"Quem poderá subir o monte do Senhor? Quem poderá entrar no seu Santo Lugar? Aquele que tem as mãos limpas e o coração puro, que não recorre aos ídolos nem jura por deuses falsos." [Salmos 24:3,4]


- Clamor da igreja em concordância. De que vale estarmos juntos se oramos apenas individualmente? Juntos, podemos clamar ao Senhor em unidade, buscando sua FACE como igreja. A concordância da igreja é algo importante, sobretudo em se tratando de buscar a direção e a ação do Senhor em nosso meio. Se, de um lado, o Espírito Santo distribui os dons espirituais e se manifesta na igreja, de outro, a igreja precisa deixar-se encher do Espírito.


Uma possibilidade para esse período inicial é a dedicação de um tempo mais silencioso, que envolve a espera e a oração individual, seguido por um período de clamor da igreja em conjunto ou por orações individuais com a concordância (o "amém") dos demais (cf. 1 Coríntios 14.16).


É válido esclarecer que, nesse período incial, não se trata necessariamente de busca por revelações ou direções específicas/expressas vindas da parte de Deus. Ainda que isso possa acontecer (o Espírito comunicar a alguém uma palavra específica a ser compartilhada com o grupo, trazer impressões ao coração, insights à mente assim como direções, confirmações, etc.), nosso Deus é soberano e pode nos conduzir de diferentes formas, de acordo com sua multiforme sabedoria, superabundante graça e misericordiosa providência. O objetivo central desse período é bem simples: que este seja um momento de entrega e rendição ao Senhor, para que Ele conduza toda a reunião.


4. OS PROPÓSITOS DA REUNIÃO: O agir do Senhor


Após o tempo de busca, cremos que Deus ouvirá nossa oração e nos conduzirá na edificação, por meio da manifestação do Espírito, que distribui dons para edificação da igreja:


"A cada um, porém, é dada a manifestação do Espírito, visando ao bem comum. Pelo Espírito, a um é dada a palavra de sabedoria; a outro, a palavra de conhecimento, pelo mesmo Espírito; a outro, fé, pelo mesmo Espírito; a outro, dons de cura, pelo único Espírito; a outro, poder para operar milagres; a outro, profecia; a outro, discernimento de espíritos; a outro, variedade de línguas; e ainda a outro, interpretação de línguas. Todas essas coisas, porém, são realizadas pelo mesmo e único Espírito, e ele as distribui individualmente, a cada um, conforme quer." [1 Coríntios 12.7-11]


Nessa dinâmica atuação do Espírito de Deus, podemos experimentar: cânticos de adoração, louvor e gratidão; testemunhos inspiradores e que dão sabedoria e fortalecem a fé dos demais; oração uns pelos outros que traz cura e libertação; compartilhamento de conhecimentos ou instruções baseadas na Palavra ou em acordo com ela; encorajamento aos que estão fracos ou carentes; apresentação de necessidades em busca de discernimento; exposição de dificuldades e confissão de pecados em busca de cura; exortação e aconselhamento; profecias entre outras manifestações do Espírito de Deus.


Temos aqui as nossas capacidades humanas unidas com a poderosa atuação divina, as habilidades humanas rendidas à direção de Deus, e a operação milagrosa do Espírito Santo que supera nossos limites humanos.


Vale observar ainda que, embora possa haver conversas sobre a Palavra de Deus ou alguma instrução, o propósito da reunião não é o ensino expositivo nem o debate teológico! Na cCc, há espaços próprios para isso (séries de estudos, palestras, debates, fóruns, seminários). O propósito das reuniões de igreja é a adoração (nossa atitude diante de Deus), a edificação mútua (nossa atitude perante os irmãos reunidos) e a oração pelo próximo (nossa atitude em relação aos familiares, amigos, vizinhos, cidade, autoridades, nações). Nessas reuniões, cada um exerce o sacerdócio, servindo aos demais com os dons que o Espírito Santo lhe comunica.


Além disso, as reuniões de igreja compreendem também a Ceia do Senhor (1 Coríntios 11.20-34), que pode ocorrer em uma reunião regular ou extra, voltada especificamente para esse fim. Conforme o costume evangélico mais generalizado, que parece bom e razoável, a Ceia ocorre ao menos uma vez por mês.


5. ENCERRAMENTO: O fechamento da reunião


Embora não exista uma forma única de concluir a reunião, aquele que perceber que o tempo já encerrou ou se aproxima do encerramento pode comunicar à igreja. Apenas para reforçar, não é papel de presbíteros começar ou terminar as reuniões: eles apenas observam e supervisionam, quando presentes, para corrigir eventuais desvios doutrinários e condutas prejudiciais à edificação da igreja.


Qualquer um pode encerrar a reunião, após consulta aos demais. O encerramento pode ser feito de diferentes maneiras: com uma oração abençoadora - à semelhança da conclusão das Epístolas nas Escrituras do Novo Testamento (por exemplo, em Efésios 6.23-24) -, com oração uns pelos outros (em duplas, trios, etc.), leitura bíblica, cântico, abraços e saudações, etc. Pode ser também que exista algum recado ou aviso a ser comunicado.


CONSIDERAÇÕES FINAIS


Este artigo não objetiva estabelecer ou defender um conjunto de regras ou uma liturgia definida. São apenas recomendações, com caráter de princípios e propósitos, que podem ser aplicadas de formas diferentes e em níveis ou intensidades diferentes pelas igrejas.


Ainda que haja uma lógica na sequência aqui apresentada (preparação anterior, começo pontual, um tempo de espera e oração individual seguido do clamor coletivo em busca da FACE do Senhor, tempo de ministração/edificação mútua e encerramento), o Espírito de Deus é soberano e "sopra onde quer" (João 3.8), de modo que Ele pode de antemão indicar a algum dos membros da igreja como a reunião deve começar em determinado dia, ou se nalgum dia a reunião deve ter um tema específico ou dinâmica diferente, etc., o que deve ser por todos avaliado e decidido conjuntamente (cf. 1 Coríntios 14.29).


Enfim, é preciso que estejamos sensíveis ao agir de Deus, que nos conduz pelo seu Espírito e nos fala por meio das Escrituras!



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